1.6. A História De Um Homem

Hoje nós gostaríamos de compartilhar com você a jornada da integridade sexual de um rapaz. Essa é uma história do livro, “Searching for San Viejo: Notes To My Younger Self”

Ser Dono da Sua Bagagem

Um paquiderme no meio da sala
Esta é uma história de esperança. Isto é sobre homens, embora não exclusivamente sobre eles, e sobre nossa fome primitiva . Aqui incluo algumas soluções alternativas e práticas que aprendi ao longo dos anos para manter meus demônios afastados, durante um período em que passei meses seguidos na estrada, mais especificamente quando morava na Argentina por um ano sem minha família. Num mundo perfeito esse capitulo não existiria, mas ainda estamos trabalhando para a perfeição. Essa é para você aí, que está nas trincheiras, com um anjo mal sentado num ombro e um bom no outro, e que anda guerreando com seu eu interior. Com certeza você vai encontrar algo útil aqui.

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Praticamente durante a sua vida inteira, seu corpo irá tentar te controlar através de três canais ruidosamente urgentes: sua necessidade de comida, sono e sexo. Sem dormir, comer e procriar a raça humana não existiria, então seu corpo tem uma lógica inegável à seu favor. Em relação ao sexo, alguns optam por ser celibatários por diversas razões e eu respeito essa escolha. Nem todos precisam se envolver com sexo, desde que alguém o faça. A não ser pela concepção imaculada, que não acontece com muita frequência, sexo é a única maneira de criar vida. Deixe-me expor minhas próprias razões para o sexo, e não são apenas por questões de procriação.

As religiões praticamente concordam com isso, mas insistem que a mente de uma pessoa deve ser a que controla os impulsos corporais, e não vice-versa. Unidade mente e corpo, com a mente sob comando.

Tomei um café com a Shirley, uma querida amiga que serviu no grande júri em sua cidade por vários anos. “Do que o grande júri maioritariamente trata?” ela disse, repetindo minha pergunta a ela. “Trata de estupros.” Sua voz era dura como aço. “Recebemos tantos casos de estupro. Estupro combinado, estupro na família. As pessoas geralmente estupram pessoas que conhecem, e quem confiem nelas. ”

A filha do sobrinho de Shirley, de 18 anos, foi estuprada há alguns meses antes desse encontro na Califórnia. Ela estava cuidando de uma criança para seu vizinho. Ele voltou para casa depois de uma noite de bebidas. Sua esposa estava fora da cidade e as crianças estavam dormindo. Ele ficou bem carinhoso, e ela tentou escapar. Ele ficou agressivo. Hoje ele está preso.

Os olhos da Shirley estavam cheios de fúria enquanto ela falava, jogando os pecados do meu gênero diretamente sobre meus pés. “Ela é a garota mais legal e doce que você poderia conhecer. Homens são uma merda!” Sua voz soltou um vento afiado e desolado que me atravessou. Eu devo ter estremecido.

“Me desculpe” ela disse, “isso ainda está muito fresco na minha mente.”

Eu saí de onde estávamos sentados na cafeteria Starbuks e resolvi escrever este texto, direto e sem interrupções, e colocar no livro. Enquanto eu dirigia, outra coisa me veio à cabeça que tinha ouvido há uns vinte anos atrás. Um amigo me disse que seu pai mantinha revistas pornográficas espalhadas pela casa, pelo que lembrava. Ele herdou um vício sexual no qual acabou destruindo três casamentos. Ele pode se masturbar oito vezes ao dia, o que o deixa se sentindo muito envergonhado e usado por seus inumeráveis demônios. Ele insistiu me dizendo: “ Eu não posso parar; não quero parar.” Seu terapeuta, de todas as pessoas, lhe disse num último encontro “Eu sinto muito por qualquer mulher que tiveram o azar de se sentirem atraídas por você, pensando ‘aqui está um homem com quem posso construir uma vida’.”

Logo após muitas idas e vindas com o tema de incluir ou não este texto ao livro, me lembrei de algo que me fez pensar “Você escreveu este livro para seus filhos jovens adultos e seus amigos – e para o seu eu jovem, certo? Meu professor espiritual, Reverendo Moon, constantemente falava sobre o valor das partes sexuais. É um tópico que vale a muito a pena também, porque eu juro a você que agora mesmo, neste exato minuto, nossa linda segunda geração – a brilhante esperança de todos nós – está sendo abatida lá fora em um mundo que ficou sexualmente insano. Mesmo assim, todos estão em silêncio. É como se um prédio inteiro estivesse pegando fogo, todas as janelas e saídas estivessem em chamas, e aqueles que que ainda não morreram intoxicadas por inalação de fumaça estão tossindo e sendo asfixiadas, enquanto tranquilamente conversam sobre o Super Bowl. Eu comentei com um par de amigos que estava escrevendo sobre integridade sexual baseado em todas as coisas que eu aprendi, e ambos tentaram me desmotivar. “Deixa isso pra lá,” um disse. “Eu sei que você tem boas intenções, mas apenas escreva coisas que são engraçadas… e legais. Não escreva sobre impulsos… Sabe… Sexuais, ou as pessoas vão pensar que você é desagradável.”

Então que se exploda, porque aí vai.

Este texto está neste livro precisamente porque é sobre sexo, e absolver-se com honra acerca de problemas sexuais é uma das coisas que contribui para que uma pessoa seja um bom ser humano. Gosto de pensar que um desejo comum entre nós é o de sermos pessoas melhores do que somos – mais gentis, mais sábios, mais amorosos, mais conscientes, mais verdadeiros. Não existe um de nós, se olhássemos a um vídeo de toda a nossa vida, que não se contorceria de constrangimento ou vergonha em alguns pontos.

Como podemos lidar corretamente com a parte sexual de nossas vidas uma vez em que estamos tão rispidamente trançados aos tecidos de nossas próprias falhas? É como um peixe tentando limpar a água em que o mesmo está nadando. Talvez o peixe nem esteja ciente da própria água. Eu não tenho um plano brilhante. Eu apenas acho que vamos quebrar esse grande tabu que recai em cima deste tópico e irei compartilhar algumas coisas que tenho aprendido ao longo do caminho. Seremos realistas e honestos, chamaremos as coisas pelo que realmente são, e então veremos o que acontece.

Este ensaio é dedicado ao meu bom amigo Sean O’Reilly, um Embaixador da Paz e um indivíduo destemidamente honesto que escreveu um livro, How to Manage Your Dick: Redirect Sexual Energy and Discover Your Spiritually Enlightened, Evolved Self, publicado em 2001 por Ten Speed ​​Press. Ele me enviou uma cópia quando foi publicada, e isso me surpreendeu. O livro é profundo no assunto de autocontrole sexual – o elefante na sala – um tópico de extrema importância neste mundo.

É um planeta tentador lá fora. Estive muito por lá e vi como as boas intenções de uma pessoa podem ser frágeis e como são traiçoeiras as águas em que a fidelidade nada. No curso de três décadas de viagens internacionais por sessenta e poucos países, fui abordado, aproximado e esbarrado por senhoras em elevadores e corredores de Bangkok, Manágua e Moscou – algumas contratadas, tenho certeza, pelo governo. Descobri que algumas barbearias coreanas são pouco mais do que uma desculpa para uma casa de massagens (bordéis). Uma mulher atraente na mesa ao lado em Buenos Aires olhou fixamente para mim durante todo o almoço. Cada vez que eu olhava para cima, nossos olhos se encontravam e ela lambia os lábios. Agora sei como se sente uma costeleta de porco. Em um hotel da República Dominicana com paredes finas como papel, fiquei acordado ouvindo uma mulher de voz rouca no quarto ao lado, entretendo uma série de visitantes do sexo masculino com sexo barulhento, gemidos e pancadas na parede durante a noite toda.

Diante de tudo isso, tive que criar algumas regras para mim. Por exemplo, quando estava sozinho, nunca me sentei no bar do hotel, mesmo que fosse apenas para jantar. Eu não fui para a discoteca no porão. Existem muitos ursinhos de mel nesses lugares e não importa se você não tenha uma boa aparência. Seu cartão de crédito deixa você bonito. Homens com dinheiro sempre podem explorar mulheres que se preocupam sobre onde encontrarão a refeição do dia para elas e seus filhos. E fazem isso o tempo todo. Em certos países africanos em que estive, a filha mais velha, andando nas ruas à noite, é uma valiosa fonte de renda para toda a família.

Em países como Japão e Coréia, e na maior parte da Europa Ocidental, eu me restringi ao canal de todas as notícias para depois das 22h. A televisão tarde da noite pode expor muita nudez. O Japão tem programas de perguntas e respostas à meia-noite em que a jovem fofa e risonha precisa tirar uma peça de roupa por resposta errada ou lance azarado de um par de dados de feltro gigantes. As perguntas não são difíceis, mas você já sabe antes do primeiro lance que essa garota vai ser burra como um saco de martelos.

“Quem está enterrado na tumba de Tokugawa?”

“Ummm … (risos) não, espere … umm”

Dentro de dois minutos, ela está lá apenas de calcinha, corando como uma tempestade e fingindo modéstia em rede nacional.

Uma vez, depois de olhar imprudentemente a lista de filmes pornôs pay-per-view na lista que estava em cima da televisão do meu quarto, e ver um que parecia atraente, depois de acariciar brevemente o controle remoto da TV antes de finalmente querendo que o cartão da minha mão caísse na lata de lixo, com suporte de plástico e tudo, pensei: Tudo bem, com certeza vou alugar este mesmo filme quando chegar em casa e assisti-lo com minha querida esposa. É claro que ela não tolera isso e nós nunca o alugamos – o que eu sabia que não faríamos – mas isso me deu algo para ansiar em meu momento de tentação. Isso faz sentido? Enganar a si mesmo tem suas virtudes. E nem todo encontro com a televisão de hotel teve tanto sucesso.

Eu conheço o poder das fomes e não sou estranho aos suores frios. Em Cingapura, uma mulher vestindo apenas uma toalha e um sorriso me esperava na sauna do Sheraton. É claro que aqueles bancos estavam quentes, e logo a toalha dela precisou ser removida e dobrada em um quadrado como uma almofada para ela se sentar. E lá estava ela, longos cabelos negros, olhos de ônix luminoso, hectares de pele marrom-dourada. “Sinto muito”, ela sorriu, “ok, sim?” Acho que fiquei sentado ali por um tempo, os três a cinco minutos mais longos da minha vida. Lembro que seu sorriso era constante e ela não tirou os olhos de mim nem por um segundo. Eu estava ciente da pressão em meus ouvidos e do som audível do meu próprio sangue correndo. Quente, suado, fumegante.

Apertando minha toalha em volta da cintura, fugi da sauna sem dar nenhum dos próximos passos, mas não antes que toda a Sociedade Federalista da Faculdade de Direito de Harvard marchasse em meu cérebro, discutindo variações sobre quais níveis de transgressão permitiriam que alguém se aproximasse da beira do penhasco e espreitasse pela encosta, sem realmente cair da borda. E etcetera. Eu legitimamente considero aquele episódio uma vitória, mas não foi bonito. Existe um santo padroeiro para situações difíceis? Tem que haver, e devo um almoço a ele. Na Ásia, cheguei à conclusão de que todos os hotéis do continente, do bar do saguão ao fitness center, são projetados expressamente com o objetivo de fazer com que os homens de negócios se deitem com alguém.

Mulheres com impulsos poderosos sentaram ao meu lado no trem em Buenos Aires, onde eu morava enquanto ajudava a começar um jornal em espanhol. Fiquei sozinho lá por um ano; minha família tinha voltado aos Estados Unidos. As mulheres não puderam deixar de notar o livro em inglês em minhas mãos e queriam praticar o inglês. Nada de errado com isso. Conversamos e elas perguntaram se poderíamos nos reunir novamente para praticar mais. Isso aconteceu talvez três vezes durante meu trabalho lá, e eu sempre recusava respeitosamente, mexendo na minha aliança de casamento. Em cada um desses encontros foi terrivelmente doloroso para mim terminar abruptamente o que poderia ter sido uma amizade decente – ou, no fundo da minha autopiedade, possivelmente algo que poderia ter sido feliz, íntimo, inebriante e a minha ruína absoluta. Se você não quer chegar naquela aldeia, não vá por aquele caminho.

De longe, os encontros íntimos mais assustadores e perigosos para pessoas as quais a fidelidade é importante são aqueles que começam com a intenção mais inocente e nos pegam de surpresa. Nós nos encontramos por acaso em um parque e puxamos conversa. Falamos sobre nossos cônjuges, então todas as nossas cartas estão em cima da mesa. Estou separado por 8.000 milhas daqueles que amo. O coração da minha nova amiga está separado de seu marido por uma distância ainda maior através da mera largura da mesa da cozinha. Conversamos mais um pouco e descobrimos que estamos profundamente interessados ​​nas mesmas coisas. É uma boa tarde. Conversamos e uma hora passa em um instante. E mais uma hora. Vamos a um café para continuar. Sobre o café e media lunas (croissants), ela ocasionalmente estende a mão e a coloca sobre a minha como uma expressão solidária de concordância sobre alguma questão do coração mutuamente sentida. Eu permito que a mão dela permaneça onde está, mesmo que a presença e o calor das pontas dos seus dedos façam um buraco no forro da minha alma, através da mesa em que estamos sentados e através do chão até a China.

Estamos ambos solitários, mais vulneráveis ​​do que qualquer um de nós gostaria de estar. Uma teia de intimidade começa a se formar no ar a partir de moléculas comprimidas de calor que lentamente se unem e se unem nas pausas silenciosas entre as palavras. A química invisível ioniza a atmosfera. O que torna encontros como esse tão extremamente carregados de possibilidades perigosas é que eles não têm nada a ver com luxúria. Na verdade, tratam de um amor sem princípios que recebeu a face de um anjo pelo poder da miserável solidão.

Por volta das 16:00 nos despedimos com um beijinho argentino na bochecha do lado de fora da cafeteria. Não foi um caso de amor, mas um encontro casual que floresceu no que eu chamaria de amizade inebriante ao longo de três horas. Então, sim, amizade – com mais coisas não ditas do que ditas. Enquanto eu voltava para meu apartamento, percebi que tinha me assustado com a realidade de minha própria suscetibilidade. Eu nunca liguei ou mandei um e-mail para ela depois disso, nem ela me contatou. Nós dois sabíamos que não havia espaço na beira do penhasco para qualquer um de nós fazer o menor movimento.

Descobrir como ser o tipo de homem na estrada que não é empurrado para todo lado por uma enxurrada constante de tentações têm sido uma curva de aprendizado para mim. Eu trabalhei muito para o Rev. Moon ao longo dos anos e viajei muito em seu nome. Uma vez, após o jantar em sua casa em Seul, ele olhou para mim por um longo momento e perguntou: “Larry, você já viajou por quase todos os países asiáticos agora. Qual você acha que tem as mulheres mais bonitas?” Eu entendi que ele estava tentando me ajudar a perceber algo sobre mim. Eu vinha notando algumas coisas em minhas viagens e essa devia ser a pior pergunta possível para mim. Eu virei cinco tons de vermelho enquanto ele apenas sentava calmamente esperando minha opinião, usando uma expressão tão ilegível quanto o sorriso da Mona Lisa. Parecia que ele realmente queria saber, então eu disse a ele que era as Filipinas, com sua longa história como uma interseção do Oriente e do Ocidente, que supera as outras. E eu falava sério.

Conheci homens que abandonam seus princípios no minuto em que saem pela porta, adotando um padrão de conduta completamente oposto quando estão na estrada. É tentador fazer. Um companheiro de viagem me disse: “Por que resistir ao que acontece tão naturalmente e é tão bom? E de qualquer forma, se você for razoavelmente discreto, o que isso importa?”

É uma auto-ilusão a nível artístico, e isso importa porque você sabe disso. Você pode reprimir todos os pensamentos a respeito; você pode insistir para si mesmo: “Ei, eu sou meu próprio dono. Eu remo minha própria canoa,” ou o que for, mas ainda assim você sabe e sempre saberá sobre isso. No final, apesar do mito frequentemente repetido, nada permanece em Vegas. Nada.

Mas, graças à tecnologia, você não precisa ir para Vegas. Tudo que você precisa é de um computador e alguns minutos sozinho. Ou um celular. De todas as tentações suculentas disponíveis para qualquer pessoa no planeta, a pornografia é a mais insidiosa porque é praticada de forma privativa e nunca esteve mais acessível do que agora. Até a revista Playboy parou de publicar mulheres nuas porque não pode competir com o que aparece de graça na internet. Um clique do mouse e lá está você com um humano imaginário e um fluxo de dopamina reconfortante e viciante, surgindo através dos caminhos de neurônios no seu cérebro, descendo pela medula espinhal e dominando seu rosto, membros, padrões de respiração e seu centro de controle indefeso. O orgasmo auto-induzido estimulado por mulheres Photoshopadas (também conhecido como “fazer amor sozinho”) é a nova droga e se torna a morte das relações humanas.

A tecnologia levou à uma explosão de pornografia – anúncios pop-up em seu computador, imagens nos celulares, televisão, outdoors, catálogos de lingerie. A imaginação vive na ponta afiada de uma faca, e a tentação está sempre ao alcance da mão, chegando por conta própria, vazada da camada de ozônio. Tornamo-nos extremamente sexualizados; sem pensar, a cabeça se vira para seguir o som de saltos altos no piso de azulejos. Revistas e outdoors estão recheados de peitos, mas envergonhamos as mulheres que tentam amamentar seus bebês em público. A sociedade está dizendo: “Cubra-se, mulher, os seios são para os homens olharem, não para alimentar bebês”. Gente, isso é muito, muito confuso.

Sexo é o assunto mais pesquisado da internet. Está em todos os lugares ao mesmo tempo, mas ninguém fala sobre isso. Isso porque muitas dessas pessoas que estão vendo pornografia têm vergonha disso e, portanto, hesitantes em entrar em uma discussão profunda sobre isso. Se você é um ser humano, homem ou mulher, casado ou solteiro, já está lidando com luxúria, pornografia e/ou infidelidade direta ou indiretamente. É a água na qual nada a cultura popular. O próprio imediatismo e proximidade disto mina nossa autoridade moral e é o que nos impede de abordar o paquiderme na festa de chá.

E, a propósito, o grupo demográfico de mais rápido crescimento de usuários de pornografia hoje – são as mulheres. Algo como um terço das pessoas viciadas em pornografia agora são mulheres, até o momento em que escrevo. Por muitas décadas, talvez desde o início dos tempos, não foi um  problema para as mulheres, ou foi um problema silencioso, ou talvez uma realidade reprimida. Mas agora, o uso da pornografia por mulheres está em campo aberto e crescendo rapidamente. A necessidade de mentoras femininas é aguda.

Como muitos, em algum momento, adquiri o hábito de ver fotos sujas na internet. Eu me sentia um hipócrita completo e absoluto. Fui até minha esposa Taeko e disse: “Querida, tenho visto mulheres nuas no computador”. Ela ficou chocada e preocupada, mas não recuou horrorizada. Ela se aproximou, física e emocionalmente. Surpreendentemente, ela disse, “Mostre-me”. Então eu fiz. Nós nos conectamos e eu dei a ela um tour.

Eu disse, “Sinto muito. Eu não vou mais fazer isso.”

“Aceito suas desculpas,” disse ela. Nos abraçamos por um longo tempo.

Percebi mais tarde que ela não ter reagido com nojo ou não ter apontado o dedo condenando é incomum para uma esposa quando descobre que seu parceiro está fazendo este tipo de coisa. A repulsa e a aversão da esposa, quando ela bate portas ou manda dormir no sofá são reações naturais para uma mulher injustiçada, mas essas coisas não ajudam e resolver o problema, e tendem a levar o homem a uma reclusão mais profunda e a fantasias reconfortantes. Mulheres (e homens): como você reage ao receber uma confissão como esta é importante. Isso pode encurtar ou aumentar a distância e a capacidade da outra pessoa de resolver o problema.

O que quer que ela tenha sentido, e ela sente tudo intensamente, ela reprimiu porque queria estar total e abnegadamente lá para mim. Ela estava interessada apenas em me ajudar, nos ajudar, de verdade, a superar isso. Algum tempo depois, quando percebi o quão completamente abnegada e despreocupada com seus próprios sentimentos ela estivera no momento de minha confissão, entendi quão enorme é sua capacidade de dar amor, e fui dominado pela emoção. Todo mundo que conhece a Taeko vê que ela é incomum em sua habilidade de se conectar e dar. Existe o amor, e o amor Verdadeiro com V maiúsculo. Tenho a sorte de ser um recipiente do último tipo.

A propósito, essa admissão para ela não significava que minha luta estava acabada, mas foi um excelente começo porque cimentou a aliança entre mim e Taeko para lidar com isso. Foi uma jornada e tanto por alguns anos depois disso, com dias bons e ruins. Episódios de recaída foram seguidos de auto-aversão. Eu orei sobre isso, jejuei ocasionalmente. Experimentei uma luta de grande esforço e determinação pessoal, suportei algumas longas e sombrias noites da alma. Às vezes, parecia que eu estava caminhando sobre terra arada ou correndo no mesmo lugar.

O que torna a luta difícil é que a pornografia não é uma droga metafórica, mas literal por causa das substâncias químicas que produz em seu cérebro. A inundação de dopamina reconecta o cérebro em novas “vias de recompensa”. A tolerância às substâncias químicas do prazer aumenta e, portanto, o cérebro precisa de imagens mais intensas – “vinho mais forte, música mais pesada”. Em algum ponto, o vício pode se tornar tão forte que se torna difícil, e então impossível, para um homem ficar excitado por uma mulher viva de verdade. Não sou um conselheiro treinado, mas sou um bom ouvinte e conheci pessoas na casa dos 20 anos que me disseram, “A pornografia arruinou minha vida”.

Gradualmente, o problema começou a desaparecer para mim devido aos fatores que irei explicar. Mas por muito tempo, mesmo depois de ter abandonado o pornô, ainda vivo e nado na cultura popular e, portanto, sempre sei que o lobo está agachado do lado de fora da porta.

Aqui está o que eu experimentei que funciona na resolução de problemas de autocontrole e que ajuda a manter a integridade sexual de uma pessoa:

1. Primeiro, pergunte ao seu instinto, “O quanto eu quero a vitória?” Em seguida, pergunte mais duas ou três vezes, caso você estar se enganando como de costume. Um grande sábio disse uma vez: “Se você não pode vencer seu inimigo, una-se a ele.” Uma daquelas “vitórias” pírricas, em que vencer também é perder, então não recomendo. Mas eu entendo o elemento de resolução de fazer ou morrer, até mesmo frustração, subentendido nas palavras. Então, o quanto você quer ganhar? Essa foi a minha pergunta para mim mesmo. Em uma oração memorável, onde eu senti que Deus estava realmente lá e estava prestando atenção em mim, eu ouvi: Se você não conseguir superar isso, você nunca se tornará SanViejo (o Santo Velho). Esse título venerável que você está procurando nunca será mais do que uma coisa fingida, seu endereço de e-mail. E isso não seria uma droga?

2. Apoio espiritual e escrituras. Os textos sagrados são escritos por pessoas que já estiveram onde você está agora. Leia-os para aprender o que aprenderam. Puxe Deus para a luta. Eu prometo que realmente existe um Deus lá fora, e para mim, isso inclui um grupo de todos os santos da história, bem como meus milhares de ancestrais e parentes no mundo espiritual. (Eu te amo, meu guardião desconhecido) Tenho vários professores espirituais, principalmente os Verdadeiros Pais, o Reverendo e a Sra. Sun Myung Moon. Finalmente, servindo como a voz, braços, olhos e lábios de Deus em minha vida, a minha esposa, Taeko. Honey Nim. Talvez um dia existam palavras que podem descrever o lugar que ela e eu temos na vida um do outro. Depois, tem minha comunidade de amigos e entes queridos. Para mim, Deus é uma equipe.

3. Seu conjunto articulado de princípios. Seja capaz de dizer a si mesmo de frente ao espelho, em algumas frases, que tipo de pessoa você é e que tipo não é.

Aqui está uma ideia: pendure suas resoluções em seu espelho de barbear. Por exemplo: Fale com os olhos das mulheres e não com seus peitos. Ou: Parar de falar trocadilhos sexuais para a Betty Lou da contabilidade. Não pendurei nada no meu próprio espelho, mas pareceu ser uma boa ideia lembrar de remover seus lembretes antes de receber visitantes em sua casa. Pensando bem, ignore isto. Basta ficar se martirizando, colocar uma pedra no sapato e falar como um puritano: “O que nós falamos, Betty Lou, consigna nossas almas aos fogos do inferno da condenação eterna”. Isso iluminará a sala de descanso.

Sério, há muitas pessoas lendo isso que estão gritando para as páginas: “Larry, nossa, Louise, supere isso! Arranje uma vida! Você está obcecado. Não é grande coisa! ” Primeiro, não diga a alguém que está obcecado para não ficar obcecado. Isso só nos deixa loucos. Segundo, os homens com quem falo, que atribuem à pornografia sua incapacidade de ter um relacionamento pleno e profundamente gratificante com uma mulher que amam, discordariam.

Portanto, articule seus princípios em voz alta para você, pelo menos. Além disso, pense no seu dia com antecedência, com relação a vários gatilhos e armadilhas que tendem a colocá-lo de volta em seus velhos padrões. É como um cara tentando parar de fumar que decide com antecedência andar com uma garrafa de água durante o intervalo, ao invés de sentar e beber café, porque isso desencadeia um momento de cigarro. Ou alguém tentando perder peso que sabe que nunca deve se aproximar de um bufê de festa de Natal sem uma estratégia pensada com antecedência. (Primeiro, encha a barriga de vegetais crus, porque a próxima travessa conterá empanados, fritos, tampas de cogumelos recheadas com caranguejo amanteigado embrulhado em bacon e molho de tarter. Fim do jogo.)

Da mesma forma, a imaginação sexual altamente carregada já sabe que certos sites de notícias nominalmente seguros estão repletos de sedutores “click baits”… Os Quinze Mais Hilários e Piores Implantes de Silicone dos Famosos. Você sabe para onde este daí vai. O mesmo vale para o documentário intelectual “Biquínis Fio Dental do Senado Romano“.

Todas essas coisas são encontros previsíveis, mas tendemos a ser surpreendidos por elas pelas mesmas razões que deixamos de beber a quantidade mínima de água ou de fazer exercícios o suficiente. Dominar a si mesmo requer vigilância constante e isso é um trabalho muito árduo.

4. Aliados. Você precisa de companheiros de viagem, um mentor ou um grupo de companheiros que sofrem de maneira semelhante e que também queiram mudar seus padrões. O hábito da pornografia nasce no isolamento, mas morre na comunidade. Portanto, encontre alguns manos com quem compartilhar a batalha. Esposas (e maridos), por favor, sejam o melhor aliado de seu cônjuge. Seu marido não é um canalha. Ele é um cara à deriva numa jangada numa cultura hipersexual que é completamente desprovida de restrições. Toque no assunto e converse sobre isso. Homens e mulheres, pesquisem os muitos bons e não histéricos artigos na Internet.

Então, essas são quatro ferramentas que se mostraram eficazes para mim. Para você pode ser diferente. Basicamente, tudo se resume a substituir velhos hábitos por novos e estar atento ao caminho em que você está. Como disse Abraham Lincoln: “Só tenha cuidado ao navegar na Internet, pessoal. Isso não é ciência de foguetes. ” Acho que devo acrescentar, certifique-se de manter um senso de humor bem afiado com você o tempo todo.

Há mais uma ação afirmativa que você pode fazer. Acho que o tempo gasto em qualquer tipo de atividade altruísta que ajude outra pessoa melhora a saúde espiritual em geral. O melhor tipo de doação é aquele no qual você não espera ou quer nada em troca. Aborde tudo com essa atitude. Incorpore o serviço aos outros em seu estilo de vida de uma maneira consistente. No final de sua vida, você notará que seu destino mudou. Melhorou.

Tive o privilégio de ser amigo do Presidente George H.W. Bush que durou décadas, mas apenas ocasionalmente em frequência. Eu estava em seu escritório em Houston um dia. Um cavalheiro e tradicionalista, ele disse: “Você sabe, o Reverendo Moon é um bom homem, mas por que ele sempre tem que falar sobre ‘órgãos sexuais’ em seus discursos?”

“Bem, senhor presidente,” respondi, “o que é que, ao longo de toda a história, foi a ruína de casamentos e famílias… reis – e presidentes?” Isso foi no auge do tumulto sobre o caso do Salão Oval do presidente Bill Clinton com Monica Lewinski.

Ele pensou em silêncio por um longo momento, então acenou com a cabeça. “Bom ponto.”

Em resumo, todas as ferramentas que usei para lidar com a questão do autocontrole tornaram isso um leve eco residual comparado ao que era. Isso me dá uma sensação palpável de liberdade. Eu fiz disso uma prioridade e continuei depois disso. Houve um elemento de sorte estúpida, como o fato de que eu não morri há vinte anos atrás, antes que pudesse chegar tão longe em minha busca.

Manter a presença de Deus em minha vida diária foi, e ainda é, uma grande prioridade, e sou melhor nisso em alguns dias do que em outros. Mas descobri que mesmo Deus sozinho não é suficiente. Cultivar relacionamentos com pessoas vivas precisa estar envolvido no processo (amigos e aliados), e eu sei que não estaria escrevendo essas palavras hoje se não fosse por minha esposa, sua sabedoria e natureza altruísta. E o futuro? Acho que vamos descobrir. A vida é uma série de bifurcações não mapeadas na estrada e chaves inglesas ocultas, mas estou me sentindo apropriadamente confiante até este ponto.

Há muito mais a te dizer cara a cara em um café. Este tópico é realmente uma discussão contínua, um compartilhamento de caminhos. Existem excelentes mentores treinados por aí. Não sou um deles, mas encontro-me aconselhando pessoas de vez em quando (ouvindo, na verdade) que me procuram porque escrevi sobre isso pela primeira vez em 2005. Meus irmãos, e cada vez mais minhas irmãs, que trilham o caminho de obtenção do domínio sobre si mesmos, sabem como tediosa é essa jornada lenta e hesitante. Mas mesmo sendo lenta e hesitante já é um progresso.

Conclusão: se acredita que a vida humana é eterna, e se isso é importante para você, então tem sorte porque provavelmente fará tudo o que puder para desenvolver um caráter honrado enquanto ainda estiver vivo na terra. Algum de nós terá sucesso com todos os nossos objetivos relacionados ao caráter? Quem sabe? Mas se você continuar se empenhando, se tiver um forte conjunto de princípios examinados e um propósito que reforça diariamente com suas orações, mantras, palavras de encorajamento de outras pessoas e coisas assim, haverá uma melhora que você poderá se lembrar um dia e dizer , “Ei, eu cresci um pouco.” Nada de errado com isso.